O trabalho de tradução de impressões é, antes de tudo, um
trabalho de memória. Ao entrar pela primeira vez na sala de aula do Colégio de Aplicação
para observar uma aula de Sociologia meu primeiro instinto foi o de abrir o
caderno e copiar a matéria. Automático. Antes de perceber que naquele dia a
minha função na escola era outra, e que a dinâmica e a cultura escolar me
interessavam como pesquisadora, e não mais como sujeito dela participante.
Esse foi o primeiro parágrafo das minhas “primeiras
impressões”, e apesar do atraso (e que atraso!) vou dar continuidade a essa
exploração.
Por mais que eu diga a mim mesma que esse é um trabalho
atrasado, que eu deveria ter entregado há alguns meses, a possibilidade de ter
um semestre inteiro de trabalhos para discutir me abre novas possibilidades.
No início dos trabalhos do PIBID a novidade, e a surpresa de
estar finalmente engajada em um projeto não só de formação, mas que tem
estreita ligação com a comunidade externa muito me animou.
Acho que é mesmo uma construção, o trabalho coletivo. O
passo junto, a miscigenação de idéias, a objetivação do trabalho, a experiência
de aprender a trabalhar com os afins, e os nem tanto.
De tudo o que eu pude aprender até hoje no PIBID, acho que o
mais importante foi o valor extraordinário que a Licenciatura tem, e quão
importante é o trabalho que estamos aprendendo a realizar.
Os contatos na escola, e aquele pensamento sempre presente.
A importância da Sociologia na formação de uma personalidade crítica. Por que
os alunos não prestam atenção? No que eles vêem mais dificuldade? Como poderia
teorizar sobre conceitos sem matar de cansaço meus ouvintes? Por que eles não
participam? Não se interessam?
O encontro dos PIBIDs da UEL foi, no meu olhar, o resultado
de uma campanha de sucesso. Para coordenadores, bolsistas e para as escolas que
nos recebem. A quebra da rotina de sala de aula, as novas metodologias, tudo
isso contribui para despertar o interesse dos alunos, geralmente tão
automatizados pela rotina escolar.
Mas na verdade, o que me mais me tocou nesse tempo de
trabalho eu fui encontrar onde menos esperava, ou seja, no ambiente
propriamente universitário. Posso dizer mais precisamente na matéria de
pesquisa e ensino IV. O tema de nossas aulas tem se concentrado em pesquisas
sobre evasão nas ciências sociais. E um dos argumentos é: Dificuldade com a
metodologia.
E nessa hora eu me lembro do PIBID. Ora, é muito importante ser sociólogo,
cientista político e antropólogo, mas o mais importante antes de tudo é ser
professor. A erudição em si não tem sentido se não aplicada no cotidiano
escolar. A universidade é feita de comunicação, do aprendizado constante de
alunos e professores.
Assim eu termino minhas primeiras impressões, satisfeita com
esse primeiro semestre de trabalho.
Loren Berbert/PIBID
Nenhum comentário:
Postar um comentário